03 novembro 2010

Aldeia Indígena de Morro Alto

Vista geral da aldeia.
Poucos dias antes de dar início à viagem e ao longo roteiro a ser seguido, soube da existência da Aldeia Indígena de Morro Alto, criada em 2009 para preservar os índios guaranis do subtipo Mbyá.

A região fora habitada por Carijós, um subtipo da raça guarani. Em algumas fontes, dizem que os carijós são uma mistura dos guaranis com o europeu, mas outros dizem que o carijó é claramente um subtipo do guarani. Não sei qual das duas afirmações é a mais correta, sinceramente. O que sei é que se afirmamos que o carijó é uma mistura do índio nativo com o europeu, então não podems afirmar que o carijó está extinto.

Crianças da aldeia apreciando o horizonte.
A Aldeia possui uma estrutura que lembra uma pequena vila. São várias casas de madeira, construidas da mesma forma que outras tantas presentes nos bairros da cidade. Na casa principal, vi uma lavadora de roupas e parabólica (foto abaixo).

contato com a tecnologia.
Durante toda a nossa permanência na aldeia recebemos a atenção do cacique Adriano, que comentou pertencer a uma longa geração que ocupa a região há décadas. Seu avô - que permanece na Aldeia - presenciou a chegada dos trilhos da linha ferroviára a São Francisco do Sul, na década de 30.

Cacique Adriano.

Ao visitar a Aldeia, alguns pensamentos me invadem. Um deles me faz pensar que a política indigenista é falha, pois não integra o índio de forma verdadeira à sociedade; o outro é o de que os índios que vi não possuem os costumes que aprendemos como indígenas. São pessoas comuns, com condições de vida precárias. Ou seja, a criação de uma reserva não resolve o problema da cultura indígena e também não lhe confere condições de integração social.

Seria justo mantermos os índios em condições de agricultura de subsistência, apenas para termos o que mostrar à sociedade? Algo como um zoológico, em que podemos ver os bichos que existem na natureza? Penso que política indigenista é algo muito maior e deve ser tratada com foco no bem-estar do índio.
Em outras palavras, não vejo problema em integrar plenamente o índio ao cotidiano da sociedade em que ele vive. Isso não o faria perder a riqueza cultural e histórica de seus antepassados.

Bom, essa é apenas a minha opinião.

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